Há muito, a mocidade das quimeras acena a sua dor de beleza estrangulada. O pequerrucho recolhera jambos, carambolas e pitangas na miragem do passado. Estrelinhas, de preferência as amarelas!
E a boca avermelhada pelo perfume azedo dos frutos caídos de maduro, agora lembro, na estrada que levara a sua tristeza luzidia
até o estirão do rio da sua infância alegre.
Guarda em segredo a folhagem que a vida espalha fugidia 
sobre a invisível aragem no andamento do mistério eterno.
E os sonhos são pedrarias 
atiradas na clareira da alma em travessia. Há muito, e é em demasia o Tempo de Deus,
o horizonte sob tempestades sempre se rasgara em clarões.
A criança vira, espantada, a artilharia da poesia furiosa a sangrar os seus olhos de cereja na galantaria de um nevoeiro que cercara o coração amargo e os cavalos despencaram na aurora da serrania em magia que circundara o jasmineiro do seu quintal hoje esquecido.
A primavera é transitória e passageira, bem sei de mim, no mar que naufrago balzaquiano as palavras temporãs! Todavia a floresta interior respira jovem! Vem e levanta e caminha e mira e apossa a terra de dentro,
pequenino, que a febre do seu retiro acre de girassóis e de xananas 
e de outras doces florezinhas reveladas assim como a tarde precoce que morre também suporta silêncios que sofrem.

Poema de Diego Mendes Sousa
Pintura de Diego Rivera