O estado possui roteiros de tirar o fôlego e especificidades surpreendentes que atraem turistas de todos os lugares. De turismo de sol e praia ao turismo de aventura, opções não faltam para os visitantes.
O Piauí é belo do início ao fim. Quem conhece sabe as preciosidades escondidas em um estado de características rústicas, mas com paisagens de tirar o fôlego, além de um povo alegre e acolhedor. De Norte a Sul do Piauí é possível desfrutar de belezas indescritíveis.
E a Caravana Turismo Nordeste mostra os esplêndidos pontos turísticos do Piauí na telinha da Rede Meio Norte, em uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
Do menor litoral do Brasil ao berço do homem americano, não faltam opções para um turismo de excelência no estado, muito bem centralizado no Meio-Norte do Brasil em uma vegetação ecotonal única que mistura mata atlântica, cerrado e caatinga. Daí reinam uma fauna e flora únicos em todo o país.
Delta do Parnaíba
Já ouviu falar que nos menores frascos estão os melhores perfumes? O litoral do Piauí é uma faixa de praia de 66 km que concentra belíssimas praias, além do Delta do Parnaíba, que é um espetáculo geográfico de beleza e importância ambiental inestimável para todo o mundo.
A Caravana Nordeste Turismo no Piauí começa a aventura neste paraíso. Sol, mar, areia e uma vegetação belíssima formam o Delta, o primeiro de muitos destinos incríveis do Piauí. Sem dúvidas, um cenário para encantar.
Em Ilha Grande, na Barra do Igaraçu é a primeira das cinco saídas do Rio Parnaíba em direção ao Oceano Atlântico. Do Porto dos Tatus, de onde todos os dias saem dezenas de embarcações rumo ao delta, também dá para seguir de quadriciclo e cruzar as dunas, que formam verdadeiros paredões de areia delicadamente esculpidos pela brisa. Um espetáculo singular.
Delta do Parnaíba | FOTO: Divulgação/Governo do Estado
O passeio pelas dunas é mais uma opção para os visitantes. “É uma nova rota que os turistas estão aproveitando agora. Uma opção a mais para quem já fez o passeio de barco e agora pode conhecer, pelas dunas, de quadriciclo”, explica Nei Anderson, guia turístico da região.
Nas dunas, Suzi Araújo se diverte com o sandboard. O esporte é quase um surf de areia. “Não é nada profissional, é só uma forma de se divertir com os amigos”, define.
Porto das Barcas e o Museu do Mar
No cair da tarde, após cruzar a Ponte Simplício Dias, que dá acesso à Ilha Grande, o cenário é o belíssimo Porto das Barcas, que reúne galpões e armazéns, que no século XVIII, que funcionavam como um entreposto comercial.
Mauro Sousa, historiador e arqueólogo, explica que o espaço representa o Centro Histórico e Comercial de Parnaíba. "Havia um movimento portuário na época e havia uma denominação deste local, que era Feitoria. Com o passar do tempo foi crescendo esse movimento comercial portuário, a ponto de a região se tornar um entreposto comercial, e havia relações portuárias, por exemplo, com a Europa e outros estados, à época, ainda como capitanias. Um dos motores deste comércio foram as charqueadas”, aponta.
Porto das Barcas, belíssimo ponto turístico de Parnaíba | FOTO: João Allbert
No complexo turístico, repleto de bares, restaurantes e lojas de artesanato, o turista também pode conferir o Museu do Mar, que remonta a história do litoral piauiense. O acervo do Museu, que é o maior do Piauí, mostra as riquezas e a biodiversidade do litoral piauiense.
Ryck Costa é diretor do Museu e conta que a estrutura era uma necessidade do povo de Parnaíba. “Nós estamos vivendo uma história restaurada, fortalecida, num porto vivo, ativo, e é o sentimento que a gente quer passar pros parnaibanos e quem visitar a nossa praia”,revela.
Museu do Mar | FOTO: Paulo Barros

O Paraíso do Kite Surf
De Parnaíba da Praia da Pedra do Sal, o paraíso também se divide em Luís Correia, município onde fica a Lagoa do Portinho e praias belíssimas, como Atalaia, Coqueiro, Arrombado, Macapá e outras. O banho de mar do Piauí é o mais gostoso do Nordeste. A água é sempre quente e limpa.
Kitesurf atrai turistas do mundo todo | FOTO: Juscelino Reis/Conheça o Piauí
Mas você sabia que o Piauí é o Paraíso do Kite Surf? Guilherme é apaixonado pelo esporte. Ele pratica há 13 anos e há seis é instrutor. Ele explica o porquê da região de Luís Correia até Barra Grande, vila de Cajueiro da Praia, ser praticamente a capital da prática.
“A gente consegue condições diferentes, como vocês estão vendo.A gente pega a maré baixa, para quem está aprendendo, e pega a maré alta, que não é tão mexido, fica perfeito para quem pratica o kite. A evolução é certa para quem já veleja e para quem quer aprender”, explica Guilherme.
O kite também impulsiona a economia local, com destaque para os setores gastronômico e hoteleiro. São dezenas de pousadas, hotéis e resorts de luxo, que recebem turistas de diversos cantos do Brasil e do mundo.
Gisela Braga veio de São Paulo com o esposo e a filha e indica o roteiro para todo mundo. “É rústico, lindo, estamos adorando. É super charmoso, super indico, é um roteiro diferente”, revela.
Ecoturismo: belezas moldadas pela natureza
O Parque Nacional de Sete Cidades tem um sítio arqueológico com gravuras em pedra feitas com óxido de ferro, além de vestígio da presença humana naquele local há cerca de 10 mil anos. As cidades petrificadas também escondem mistérios e histórias como a do curandeiro José Ferreira do Egito, o Catirina, que na década de 30 viveu em uma gruta hoje localizada na quarta cidade.
O curiólogo Oziel Monteiro conhece bem essa região e fala sobre a rica fauna e flora. “A unidade tem mais de 6 mil hectares, criada em 1971. Estamos em uma vegetação matriz de cerrado, e os animais predominantes são bem diversos. Temos mocós, cotias, pacas, várias aves como jacus e seriemas. Temos árvores predominantes do cerrado como o murici e a faveira”, explica.
Parque de Sete Cidades | FOTO: Apoliana Oliveira
O Parque tem esse nome por conta de sete cidades de pedras. As formas ficam por conta da imaginação. Vão desde animais, como a Pedra da Tartaruga e a Cobra Gigante até vazados que formam o mapa do Brasil. Ou ainda o Dedo de Deus, Três Reis Magos e até a cabeça de Dom Pedro!
Na trilha pelo parque encontramos a enfermeira Ana Célis Monteiro, que veio de Teresina. “Encontrei no Parque Nacional de Setes Cidades um local de tranquilidade e renovação. É para renovar as energias, um verdadeiro encontro com Deus que todo piauiense deve visitar um dia”, afirma.
Cânion do Rio Poti
Há poucas horas de Piracuruca, já no município de Buriti dos Montes, mais beleza e aventura. O Cânion do Rio Poti surgiu de um fenômeno natural ocorrido há 400 milhões de anos. Na falha geológica, paredões de pedra de até 60 metros de altura, com cavernas e pequenas quedas d’água, que podem ser vistas de perto no passeio de barco.
Canion do Poti, em Buriti dos Montes | FOTO: Conheça o Piauí
De acordo com Juan Cisneros, paleontólogo e professor da Universidade Federal do Piauí, o Cânion do Rio Poti está dentro de uma falha geológica. "Ou seja, faz parte de uma rachadura na crosta terrestre. No caso da falha onde ocorre o Cânion, é uma falha sem tanta atividade, o que não representa um perigo geológico. Mas ela foi ativa no passado, na Era Paleozoica", revela.
A água do rio Poti é capturada pela falha, então esse local forma o Cânion. "A região é rica para a paleontologia porque essa parte da bacia do Parnaíba esteve coberta por mar durante boa parte da Era Paleozoica. Naquele momento havia uma fauna marinha muito grande. Então é difícil imaginar que o mar chegou de Castelo do Piauí até São Raimundo Nonato, mas isso aconteceu no passado. A fauna deixou marcas e fósseis, que são marcas de atividade biológica dessa fauna", acrescenta o paleontólogo.
São animais invertebrados marinhos, como vermes, crustáceos e alguns animais com conchas. "Todos eles, em atividade biológica, fizeram marcas de movimento que ficaram impressas no leito marinho. Temos algumas pesquisas feitas pela UFPI e outras universidades. São marcas de mais de 400 milhões de anos. Precisamos conhecer e preservar", considera Juan Cisneros.
Teresina: artesanato e belos cartões postais
Depois de desfrutar de tanta natureza, que tal conhecer Teresina, primeira capital planejada do país e única da região Nordeste que não é banhada pelo mar. Para compensar, como em uma verdadeira Mesopotâmia, a cidade é banhada pelos Rios Poti e Parnaíba.
Oleiro produz vaso de barro no Poti Velho | FOTO: Apoliana Oliveira

Do mirante da Ponte Estaiada, um dos mais belos cartões postais do município, dá para contemplar o pôr do sol e entender porque Teresina recebe o título de cidade verde. Já no Encontro dos Rios, onde as águas do Poti se misturam às do Parnaíba, o visitante tem contato direto com a natureza.
Do barro que vem das margens dos rios, aflora o belo artesanato, que é um dos pontos fortes do turismo teresinense. Pedro Fernandes é artesão e explica como faz as peças, que dependem de uma produção lenta que dura até uma semana. “A argila vem das olarias que tinham antigamente. Nós moldamos com as mãos, em um cilindro, para ficar macia. Nós cortamos usando arames, até formar a peça. Então a peça passa uma semana secando, fazemos os acabamentos e colocamos no forno”, acrescenta.
E se o desejo é saber mais sobre a cidade, nada como dar uma voltinha no centro, na Praça da Bandeira, onde tudo começou. Ou visitar igrejas e prédios históricos, além dos diversos parques para trilhas, caminhadas e passeios de pedal que não podem ficar de fora do roteiro.
Sul do Piauí: religiosidade, cultura e mais história
Saindo de Teresina e indo para o Sul do Estado, a primeira parada obrigatória é Oeiras. A primeira capital do Piauí, a cidade também é conhecida como capital da fé, por suas manifestações culturais durante a semana santa, como a procissão do fogaréu;
Procissão da Semana Santa em Oeiras | FOTO: Regis Falcão
Mais a frente, chegamos à capadócia piauiense. Ideal para quem gosta de aventura, a região fica entre os municípios de São José do Piauí e São João da Canabrava e reúne incríveis formações rochosas esculpidas pela ação do vento e da água, cercada por uma rica biodiversidade
Perto dali fica o Parque Nacional da Serra da Capivara, patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco. O local reúne os mais antigos vestígios do homem americano. São mais de 110 mil anos de história contadas e preservadas em inscrições rupestres, nos enormes paredões de pedra que formam a região. Boa parte desse acervo está reunido no Museu do Homem Americano, e no recém-inaugurado Museu da Natureza.meio norte