O desafio é pela sustentabilidade. Um coletivo de corredores, que vai explorar o litoral piauiense de ponta a ponta em uma trail run que acontecerá em novembro, fará uma ação ambiental para o recolhimento de lixo e resíduos sólidos em áreas desertas, sem visitação de turistas. Vão participar grupos de escoteiros, exército, entidades governamentais e vários outros setores da sociedade.
Crédito: Luciano Uchôa.meio norte
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A ideia é também comover a sociedade através de palestras sobre a grande quantidade de lixo oceânico encontrada em extensões da Ilha Grande de Santa Isabel, litoral do Piauí, além dos danos ambientais que esse material todo causa à vida marinha. Para se ter ideia de dimensão do problema, a região é constantemente utilizada por tartarugas-marinhas para a desova, que terminam mortas pelos detritos de plástico, ao comerem o material confundindo com algas marinhas.
De acordo com Luciano Uchôa, organizador das palestras e da ações de recolhimento de lixo, é preciso chamar atenção das pessoas para esta região extensa de praias do Estado, que são alvo de despejo dos lixos vindos de oceanos e rios. “São praias que estão 'invisíveis'. São praias selvagens, desertas, que o turismo ainda não está presente. O litoral do Piauí tem 66 km de litoral, dos quais 24 km ficam na Ilha Grande de Isabel, que tem a Pedra do Sal. A Pedra do Sal é uma parte das praias que estão na região”, explica.

Crédito: Luciano Uchôa.
O litoral piauiense contém faixas de praia que estão completamente desabitadas e que precisam de atenção especial. “Dali da Pedra do Sal até a foz do Rio Parnaíba tem 12 km, e até a foz do Rio Igaraçu tem mais 12. A Ilha Grande de Santa Isabel é a maior do delta. Esses lixos existentes não são de turistas, eles vêm do mundo. O mar despacha naquela região por conta de correntes oceânicas”, explica Luciano.
Uma série de fatores contribui para o depósito de lixo nesta parte do litoral. “Existem correntes marítimas que trazem esses detritos, mas que também veem pela ação das fozes dos rios, tanto do Parnaíba, quanto do Igaraçu. Estes resíduos ficam depositados naquela região que representa cerca de 35% da nossa faixa de praia. Como não há extrema visibilidade, eles ficam por lá em um movimento de idas e vindas com as marés. Vamos fazer palestras sobre os impactos dos lixos oceânicos, pois precisamos entender melhor como funciona este mecanismo que atinge não só o Piauí, mas várias regiões inclusive os Lençóis Maranhenses", acrescenta o ativista.
Os lixos, sobretudo plásticos e sobras de pescadores, matam a fauna oceânica. “Pelas fotos você observa que há muitos restos de linha de nylon, de rede de pesca, que ficam abandonadas no oceano. Tem muito plástico também. Andando por essas praias sem visitação, observamos os lixos do mundo sendo depositadas em uma parte considerável de nosso litoral”, revela Luciano Uchôa.

Crédito: Luciano Uchôa.
O evento acontece no Sebrae de Parnaíba, na sexta-feira (11) à noite, com palestras ambientais, e no sábado (12) ocorre a ação ambiental de limpeza das praias, com concentração na Pedra do Sal às 7h, para que haja a distribuição das pessoas em faixas de areia para a limpeza.
Seis praias piauienses registram manchas de óleo
Assim como em outras áreas do Nordeste, manchas de óleo também atingiram o litoral piauiense. O número de praias afetadas pelas manchas de óleo subiu para seis, e agora somam Atalaia e Peito de Moça, em Luís Correia, além da Pedra do Sal em Parnaíba e a praia do município de Cajueiro da Praia.
As investigações estão concentradas na Polícia Federal do Rio Grande do Norte (RN), além do apoio de órgãos de combate a crimes ambientais, de inteligência e de perícia dos outros estados afetados.