Os postos de combustíveis do Piauí estão com dificuldades para recompor seus estoques e o estado corre risco de vivenciar desabastecimento.
Os postos de combustíveis do Piauí estão com dificuldades para recompor seus estoques e o estado corre risco de vivenciar desabastecimento. Muitos estão operando na reserva. O alerta é do Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis do Estado do Piauí (Sindipostos), que enviou, nesta semana, um pedido de apoio ao Procon para que tomem providências.
Alexandre Valença, presidente do Sindipostos, explicou, em entrevista ao meionorte.com, que os donos de postos de combustíveis estão enfrentando dificuldades para conseguir adquirir o produto junto às distribuidoras.
Segundo o sindicato, a Petrobras (refinaria) tem adotado um corte linear nos volumes dos pedidos de todas as distribuidoras que, por sua vez, alegam não ter como atender a demanda do Piauí.
A situação tem reflexo direto no estoque e no valor do combustível e tem afetado, principalmente, os chamados postos bandeira branca (que não têm vínculos com distribuidoras), uma vez que as distribuidoras estão priorizando atender os postos bandeirados.

“Algumas distribuidoras que têm contrato, os postos compram mais caro, mas precisam repassar o custo e encarece o produto para o posto, pois está comprando produto importado e isso gera dispêndio”, explicou Alexandre Valença.
Há risco de faltar combustível no Piauí | FOTO: Marcello Camargo/Agência Brasil
Alexandre Valença explica que as distribuidoras que importam o produto não avisam sobre aumento de preços, o que acaba pegando os donos dos postos de surpresa.
“Essas distribuidoras, importadoras, não tem por costume informar se vai subir preço. Só repassa e isso reflete no valor repassado na bomba [para o consumidor]. O posto é vítima da situação”, afirmou.
Linha férrea com problema
Segundo o presidente do Sindipostos, outro problema que deve afetar diretamente a reposição do estoque dos combustíveis é a interrupção na linha ferroviária entre São Luís e Teresina, a principal via de transporte do combustível para o estado.
“Para acabar de complicar esse quadro de escassez do produto, a linha férrea de São Luís para Teresina mais uma vez quebrou, ontem (23), e não tem data certa para funcionar”, informou.
O atraso na entrega do combustível por essa via, traz mais preocupação pelo agravamento do desabastecimento na rede de postos.
“Muitos postos, principalmente bandeira branca, já não estão conseguindo comprar produto. Os bandeirados também sofrem. Estamos trabalhando na reserva, qualquer falha pode provocar o desabastecimento. Por isso pedimos providências ao Procon, para que se busque um jeito de resolver esse problema”, informou.