Carro da Polícia Federal em frente ao Ministério da Agricultura (Foto: Agência Brasil)

Das 21 fábricas investigadas, 18 ficam no Paraná. O frigorífico Souza Ramos é investigado na Carne Fraca porque, segundo a Polícia Federal, entregou salsichas fora do padrão para escolas do Paraná. Eles substituiram peru por frango, de acordo com a investigação. O frigorífico, ainda conforme a polícia, forneceu, em 2014, 14 toneladas.

A Secretaria Estadual de Educação informou que cancelou os contratos com o Souza Ramos e que abriu uma investigação interna.
O diretor comercial Edinandes Alexandre Santos disse que, em 2014, o frigorifico pertencia a outros donos. Ainda conforme Santos, os atuais proprietários compraram o estabelecimento em novembro de 2015.
“Nós sabíamos deste processo que estava rodando. Inclusive, a gente fez a leitura dos laudos aprovando o material. Mais adentro mesmo do assunto eu não consigo entrar porque eu não posso te dar certeza”, acrescentou Santos.
O frigorífico Master Carne é investigado por corrupção e por injeção de produtos cárneos. A Polícia Federal afirma que a empresa colocava água no frango. A empresa afirma, por outro lado, que apenas comercializa os frangos. Ainda segundo o Master Carne, a empresa já estava enfrentando problemas econômicos, mas, após a deflagração da operação, as vendas acabaram. Nada mais foi vendido, e pedidos foram cancelados.
“A empresa não suporta mais por falta de verba. Desde sexta-feira a gente não efetua mais venda, não consegue mais vender os produtos. Muito cliente assustado com a repercussão deixou de receber os produtos já fechados. As vendas já programadas que esses tinham, eles pediram para a gente não entregar. Ou seja, a gente perdeu duas vezes porque a gente perdeu duas vezes porque não vendeu e produziu o produto”, disse Edinandes Alexandre Santos.

Carlos Eduardo Valter, que trabalhava na área de manutenção de um dos frigoríficos, se emocionou ao pensar nas consequências. “Você já pensou como é que fica? Todo mundo tem família, todo mundo... Não sei como vai ser”. Foram 25 anos na empresa.
“Trabalho aqui há 24 anos, é uma vida inteira. E a única coisa que eu tenho para falar é que eu sinto muito pelos funcionários que estão aqui trabalhando, que dependem (...). Eu ainda tenho suporte, mas e os pais de família. Eu sinto muito por isso que está acontecendo. Espero que tudo se resolva”, comentou Dirce Barbosa Alves dos Santos, que trabalhava na área administrativa.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada na sexta-feira (17) e é considerada a maior ação, quando se fala em números, da Polícia Federal (PF). Nela é investigado um esquema de fraude na produção, fiscalização e comercialização de carnes, envolvendo pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) . A investigação encontrou indícios de adulteração de produtos e venda de carne vencida e estragada.


Fonte: G1