A seca, a desertificação e a necessidade de ações pontuais para combater esses fenômenos naturais que afetam várias regiões do país foram assuntos de discurso do senador Ciro Nogueira (Progressistas/PI), pelo Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação.
Nesta terça-feira (19), Ciro lembrou que a desertificação já ocupa 16% do território brasileiro, com consequências preocupantes para a agricultura e pecuária. O problema aumenta ano a ano, segundo salientou o senador, principalmente por conta do manejo inapropriado dos recursos naturais e agravado pela seca.
“Nos cinco últimos anos, a área afetada aumentou 482%. Essa devastação é causada pelo desmatamento da Caatinga e do Cerrado e pelo uso intensivo do solo, à irrigação inadequada e à mineração excessiva”, avaliou.
Números
Segundo relatou o senador, entre os desastres naturais, a seca é responsável por mais de 15% das perdas e danos ocorridos no planeta. Essa questão é mais grave em alguns setores da economia, como na agropecuária, com perdas de gado na proporção de 85,8%, decorrentes da escassez extrema de água. No Brasil, o Nordeste é a região mais sujeita à desertificação, mas ela atinge, também, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Estudos do Ministério do Meio Ambiente mostram que as áreas atingidas pela desertificação somam 27% do total de municípios, isto é, 1.488 localidades. Nesses municípios, há uma população estimada em quase 35 milhões habitantes e lá se concentra 85% da pobreza do País.
Nos estados
Ciro informou que, atualmente, 200 mil quilômetros quadrados estão na condição de deserto e que o Ceará, junto com a Bahia e Pernambuco estão entre os estados mais atingidos. Paraíba é o estado com maior área comprometida, 71% do território já sofre perdas consideráveis. Atualmente, 200 mil quilômetros quadrados estão nessa condição, de deserto.
No Piauí
O senador destacou que no Piauí há 173 municípios vulneráveis à desertificação, os quais representam uma área de aproximadamente 800 mil hectares, ou seja, mais de 20% do território estadual: Gilbués, Barreiras do Piauí, Corrente, São Gonçalo do Gurgueia, Riacho Frio, Monte Alegre do Piauí, Bom Jesus do Piauí, Redenção do Gurgueia, Curimatá, Cristalândia, Paranaguá, Júlio Borges, Avelino Lopes, Morro Cabeça do Tempo e Sebastião Barros.
“Em Gilbués, no sul do estado, há 160 mil hectares em processo de desertificação. O diagnóstico é preocupante e merece a atenção dos organismos estaduais e nacionais”, afirmou o senador.
Além de comprometer terras, Ciro lembrou outros efeitos devastadores da desertificação e da seca como as erosões no Rio Parnaíba causadas por sedimentos que são despejados em seus afluentes.
Soluções
Nesse sentido, o senador defendeu a necessidade de mais ações contra essa ameaça natural, entre elas políticas públicas específicas para reduzir o impacto ao meio ambiente e melhoria das condições de vida da população dessas áreas. Também apontou o uso de fontes de financiamento internacional para projetos dessa natureza e citou experiências exitosas de manejo das áreas degradadas e recuperação de nascentes já realizadas no Piauí. 
“O que esperamos, neste Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, é que tais programas possam ser mantidos, resgatados e aperfeiçoados, para o bem das gerações futuras”, conclui o senador.
Senador Ciro Nogueira
Assessoria de imprensaSenado Federal