"Historicamente, parte do petróleo produzido sempre foi comercializado por canais não oficiais", explica o economista Edmar Almeida, da Universidade Federal do Rio (UFRJ). "Tanto é que nas estatísticas do petróleo há diferença entre o que é declarado como produção e o que é declarado como consumo." Segundo ele, isso pode ocorrer por várias razões, como roubo e tráfico de combustível, guerras e conflitos internacionais ou sanções econômicas.
Coordenador do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Pfeifer diz que as sanções americanas à Venezuela e a países que comercializem com ela "podem estar estimulando a marginalidade".
Os navios fantasmas costumam usar rotas menos conhecidas. Com isso, ficam mais vulneráveis a contratempos. Um eventual derramamento de óleo pode ocorrer por acidente ou pelo descarte de mercadoria irregular para evitar flagrantes. "O tráfico de combustível é uma das cinco atividades ilícitas mais lucrativas, atrás de drogas, armas, pessoas e animais", diz o especialista venezuelano Rafael Villa, do Instituto de Relações Internacionais da USP. "E sabemos que na Venezuela um dos graves problemas é o contrabando de combustível."
Patrulha
Em nota, a Marinha disse que realiza rotineiramente "patrulhas e inspeções navais", incluindo ações contra delitos ambientais. E lembra ainda que o Brasil participa de grupos de trabalho internacionais que acompanham o tráfego marítimo. "Os pontos considerados mais sensíveis são as 'novas ameaças', como pirataria, terrorismo e acidentes ambientais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo