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O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa, o Baretta, disse ao Cidadeverde.com que a mãe tentou criar um álibi para tentar atrapalhar a investigação e impedir que as suspeitas recaíssem sobre João Paulo Santos Mourão, apontado como o assassino da própria irmã, a advogada criminalista Izadora Santos Mourão, 41 anos. O crime ocorreu no fim de semana, na cidade de Pedro II, no interior do Piauí.

Baretta conta que foi necessário construir uma 'linha do tempo' para elucidação do caso. A própria família teria acionado uma faxineira para limpar marcas de sangue no quarto do suspeito que teria usado duas facas para matar a própria irmã.

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"Requisitamos exames no local, lacramos a casa, requisitamos perícia de Teresina com papiloscopista, foi feita exame no quarto dele onde foi encontrado sangue, mesmo após terem lavado. A mãe disse para faxineira dizer que o suspeito estava dormindo no momento do crime e ele não estava. A história da vendedora de roupas foi inventada, nunca existiu. A partir das 6h do sábado (dia do crime) nenhuma pessoa entrou na casa", explica Baretta. 

Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com

Ele conta que, mesmo após ser esfaqueada, a vítima ainda indicou quem seria o assassino. 

"Mesmo nos últimos suspiros, ela ainda reuniu forças e saiu cambaleando, se arrastando e conseguiu indicar que o assassino estava dentro de casa e estava bem próximo", conta Baretta sem revelar detalhes. 

O delegado acrescenta que o suspeito usou duas facas, uma foi escondida na casa de uma tia. 

Ao ser preso, João Paulo não confessou o crime. Investigação aponta que os irmãos tinham desavenças. O DHPP tem dez dias para concluir o inquérito policial. 

 

VERSÃO DA FAMÍLIA TINHA CONTRADIÇÕES

Élida Frankilin, ouvidora-geral da OAB-PI, conta que, desde o início, a versão da família apresentava contradições. 

"Nos causou muita estranheza também a versão de que uma pessoa foi assassinada dentro de casa e todos os membros dessa casa estavam dormindo. Ninguém viu, ninguém ouviu, ninguém sabia quem era. A mãe da Izadora, ao invés de pedir socorro, ligou para uma funcionária para construir um álibi. Tudo isso ns chamou muita atenção. Com o passar da investigação foram encontradas mais provas e hoje temos um cenário conclusivo da autoria pelo João Paulo, em que pese a gente não possa afirmar que não houve a participação imediata de outros membros da família. Já sabemos que houve a participação, pelo menos, para tentar acobertar, tentar forjar um álibi, um outro cenário de crime, tentar dificultar o trabalho da polícia na Justiça", conta Frankilin reiterando que a família só noticiou a morte após alterar o local de crime e esconder a arma.

 

Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com