O caso da morte do músico Carlos Henrique tem gerado muitas reviravoltas desde que ele faleceu na madrugada desta quinta-feira (30). O secretário de Segurança Pública do estado do Piauí, Chico Lucas, veio a público, através das redes sociais, esclarecer os fatos. No entanto, a família do músico nega a versão apresentada pelo secretário e pelo Instituto Médico Legal (IML), que apontou como causa da morte politraumatismo e lesões por ação contundente, provocadas após a colisão no veículo onde a vítima se encontrava.

Chico Lucas reafirmou o laudo médico do IML e expressou sua confiança nas forças de segurança do estado. "Queremos deixar claro a toda sociedade piauiense que nós confiamos e ratificamos o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal, que diz que a causa da morte foi politraumatismo decorrente de um acidente de trânsito", afirmou o secretário.

  

Secretário de Segurança Pública do estado do Piauí, Chico Lucas.Foto: reprodução

   

Ele também comentou sobre as especulações em torno do caso. “Nós não vamos permitir que pessoas usem da dor da família para manchar e macular a imagem da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Científica”, declarou Chico Lucas.

Segundo o secretário, a família teve acesso às imagens de câmeras de segurança das proximidades do local do acidente. “Deixando claro que as imagens que já foram apresentadas à família são esclarecedoras, e que nós não iremos divulgá-las em respeito à mãe, ao pai e à esposa do senhor Carlos Henrique. Mas esse vídeo será anexado aos autos desse inquérito policial que será remetido à justiça, e por fim, ficará totalmente esclarecida a causa da morte do senhor Carlos Henrique”, concluiu Chico Lucas.

Versão da família

Em entrevista exclusiva ao Central Piauí, Carlos Batista, pai da vítima, negou a versão do IML e afirmou não ter recebido ou visto imagens de câmeras de segurança que mostram o ocorrido, desmentindo assim a versão do secretário de Segurança, Chico Lucas.

  

Carlos batista, pai da vítima.Foto: reprodução

   

"Não tenho imagem de câmera, não tenho nada de lugar nenhum. Eu estive no HUT e meu filho estava lá com uma bala na cabeça. Tirei duas fotos lá, inclusive do bandido. Disseram: 'Ó, quem matou teu filho foi a polícia.' Aí, os policiais dentro do HUT me cercaram. O próprio médico disse: 'Apaga as fotos agora que tu tirou, apaga tudo. Apaga todas as fotos da nuvem, de tudo.' Apaguei tudo, mostrei para ele, e disse: 'Ninguém toca em mim.' Me cercaram lá os policiais. Apaguei tudo da nuvem e tudo. Meu filho estava com a cabeça despedaçada, só o miolo, com a bala alojada dentro da cabeça dele. Não tenho imagem de vídeo, não tenho nada. Quanto ao que o secretário Nobre, o secretário de Segurança, e Chico Lucas estão dizendo, não acredito em nenhuma das versões. A nota saiu do HUT dizendo que meu filho foi morto com um projétil, uma bala, ponto quarenta. A nota está aí, saiu do HUT. Mandaram meu filho de lá. Acho que nem foi para o IML. Acho que nem no IML meu filho chegou”, afirmou Carlos Batista.

O pai da vítima também declarou que não recebeu o laudo da perícia e que o médico que atendeu o músico mostrou à sua esposa a perfuração causada pelo possível tiro na cabeça. “O médico chamou minha esposa e mostrou: 'Olha, foi tiro na cabeça. Está aqui que foi bala, está aqui a bala na cabeça do seu filho, toda estourada.' Não tenho nada, não tenho laudo, não tenho nada em mãos, não tenho vídeo, não tenho nada. Não me deram nada. Aí tudo é montagem deles”, disse Carlos Batista.

Entenda o caso

Na madrugada de quinta-feira (30), Carlos Henrique estava voltando de um evento quando o carro em que ele estava foi atingido por um veículo SW4. A colisão aconteceu no cruzamento da Av. Dom Severino com a Av. Presidente Kennedy, na zona Leste de Teresina. O veículo SW4 estava sendo conduzido por criminosos que estavam em perseguição com a Polícia Militar.

  

Acidente com o músico.Foto: reprodução

   

Após o acidente, houve uma troca de tiros entre a polícia e os bandidos. Inicialmente, foi informado que Carlos teria saído do carro e sido atingido por um disparo de arma de fogo, o que teria causado sua morte. Porém, o Diretor do Instituto Médico Legal (IML), Dr. Antonio Nunes, afirmou que "no corpo da vítima não foi encontrado nenhum ferimento provocado por arma de fogo, zero perfuração."


O que diz o HUT

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) vem a público esclarecer os fatos relacionados ao atendimento prestado ao paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha, músico que deu entrada no hospital na madrugada de 30 de maio e que veio a óbito poucas horas depois.

Carlos Henrique deu entrada no HUT por volta das 03h da manhã, via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao chegar, ele foi prontamente recebido na sala de Trauma devido à gravidade de sua condição. Segundo a equipe do Samu que prestou o socorro inicial, o paciente havia sofrido uma perfuração de arma de fogo na região da cabeça.

Com base nessas informações, a equipe médica do HUT iniciou imediatamente o atendimento e os procedimentos necessários para a estabilização do paciente. Dada a gravidade do caso, foram solicitados exames de imagem, incluindo uma tomografia do crânio, com o intuito de determinar a melhor conduta médica para o seu tratamento.

Para a realização dos exames com segurança, é necessário que o paciente esteja em condição estável. Apesar dos esforços incansáveis da equipe médica, o paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha veio a óbito antes de ser estabilizado.

O Hospital de Urgência de Teresina expressa suas mais profundas condolências à família e amigos do músico Carlos Henrique de Araújo Rocha neste momento de dor e reafirma o compromisso de prestar o melhor atendimento possível a todos os seus pacientes, sempre com o objetivo de salvar vidas e minimizar o sofrimento.

Fonte:centralpiaui