É oficial: 2024 nem chegou a metade e já se tornou o mais mortal no Piauí quando o assunto é dengue. Conforme dados do Ministério da Saúde, de janeiro até agora, são 18 mortes pela doença, o maior número desde o início da série histórica. E essa estatística pode crescer ainda mais, tendo em vista que outros cinco óbitos ainda estão em investigação.
Até então, o ano que havia contabilizado o maior número de mortes por dengue no Estado havia sido 2022, com 15 registros. Antes dele, o mais mortal foi o distante 2007, com 13 casos. Ano passado, por exemplo, foram somente quatro vítimas, o que na comparação com o primeiro semestre de 2024 representa um aumento superior a quatro vezes.
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As mortes estão distribuídas em oito cidades. Bom Jesus, no Sul do Piauí, se destaca com o maior número: 7 óbitos, no total. Logo após vem Teresina, a capital do Estado, com 3 mortes, sendo uma criança a mais recente, corrida semana passada. Baixa Grande do Ribeiro e Esperantina tem dois registros, cada. João Costa, Manoel Emídio e Jerumenha fecham a lista com uma cada.
Mais da metade dos municípios piauienses estão infestados pelo Aedes, mosquito que transmite a dengue, conforme último boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. O cenário, conforme especialistas, está relacionado ao acúmulo de alguns eventos climáticos e sanitários que, ao longo dos últimos dois anos, favoreceram a proliferação do mosquito.
São quase 11,8 mil casos confirmados de dengue no Piauí, esse ano. Foi registrado um crescimento de 5% no número de registro entre a 14ª e 15ª semanas epidemiológica. Ambas terminaram com mais de 350 casos confirmados. O coeficiente de incidência no Estado é de 359,4, com uma taxa de letalidade beirando os 5 entre os casos graves.
Conforme ainda os dados do painel do Ministério da saúde, um a cada quatro casos confirmados no Piauí está em Teresina. São mais de 2,8 mil confirmações até agora, com uma incidência de 328,64 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. Três pessoas na capital já morreram em consequência da dengue, de um total de 15 casos graves confirmados.
Diante desses números, a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) reforçou as ações de monitoramento e apoio técnico para controle da doença. Uma das medidas foi a liberação do carro fumacê aos municípios que tiveram um aumento da incidência e se encontram em situação de alerta. Em maior, a Sesapi fez a distribuição das 21.870 doses de vacina contra a dengue, fornecidas pelo Ministério da Saúde, para os municípios com maior incidência.
Popularmente conhecido como dengue hemorrágica, o agravamento da dengue se caracteriza por uma queda acentuada de plaquetas – fragmentos celulares produzidos pela medula óssea que circulam na corrente sanguínea e ajudam o sangue a coagular – e que geralmente leva ao extravasamento grave de plasma. O termo dengue hemorrágica, na verdade, deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, uma vez que a hemorragia, nesses casos, nem sempre está presente.
De acordo com as diretrizes publicadas pela OMS, as autoridades sanitárias atualmente distinguem as infecções basicamente entre dengue e dengue grave. Enquanto os casos de dengue não grave são subdivididos entre pacientes com ou sem sinais de alerta, a dengue grave é definida quando há vazamento de plasma ou de acúmulo de líquidos, levando a choque ou dificuldade respiratória.
Série Histórica
Mortes por dengue
Piauí
2000 - 0
2001 – 0
2002 – 0
2003 – 2
2004 - 0
2005 - 1
2006 - 7
2007 -13
2008 - 1
2009 – 2
2010 - 7
2011 - 2
2012 - 6
2013 - 2
2014 - 5
2015 - 2
2016 - 1
2017 - 0
2018 - 1
2019 - 3
2020 - 0
2021 - 0
2022 - 15
2023 - 4
2024 – 18 (até junho)
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