Cantada em versos e prosas como um cartão postal do litoral piauiense, a Lagoa do Portinho nasceu,  morreu e ressuscitou apenas e tão somente por vontade divina. Há anos implora investimentos que nunca ocorrem. E quando ocorrem não surtem efeito algum, como foram os milhões enterrados, com suspeita de desvios, pelo governo do Piauí, há 12 anos, num projeto de contenção de dunas que não funcionou. Falou-se, na época, no plantio de tifton nas áreas das sete (das treze) dunas, num total de 10 hectares. Coisa pra inglês ver.

Em julho de 2019 o governo do Estado transformou a Lagoa em  Unidade de Conservação. E só. De lá para nada foi feito. Consta no papel que a Lagoa iria receber atenção especial ainda maior quanto à conservação e proteção da fauna, da flora, preservação das margens, da biodiversidade, além da garantia dos recursos hídricos. A Lagoa tornava-se Área de Relevante Interesse Ecológico (Aire). Tudo só no papel.

Hoje a Lagoa volta a ser, nos finais de semana, o point preferido de parnaibanos e visitantes, que se aglomeram sem controle, como se não pairasse no ar o tal vírus maldito (Covid-19) que amedronta o mundo.

Como em todos os lugares onde há aglomeração, depois do vendaval de pessoas, indo e vindo, resta a sujeira que fica, por falta de cuidado mínimo das pessoas com o item limpeza. E assim está a Lagoa, vista por quem a olha com carinho e sabe da sua importância para a cidade e para seu povo, sempre carente de áreas de lazer.

O que fazer, então? Campanha educativa? Colocar placas chamando a atenção para esta necessidade, do lixo no lixo? Prefeitura intensificando a limpeza, colocando vasilhames para a colocação do lixo em local adequado???

Lá, o mercado informal prolifera, como em qualquer lugar em que há circulação de pessoas. Barracas de todos os modelos são improvisados pelos batalhadores pelo pão de cada dia. Não seria uma provocação para que se pensasse na execução de um projeto para construção de barracas padronizadas, já que o local é tão importante para o turismo quanto a Pedra do Sal?

Já que do Governo do Piauí nada se pode esperar, uma vez que a Secretaria Estadual de Turismo prefere apenas construir calçamentos em cidades do interior, em períodos pré-eleitorais, resta esperar da prefeitura de Parnaíba, um olhar carinhoso sobre as águas da Lagoa. Que a poesia permaneça, para os poetas sonharem. Ao Poder Executivo, a execução de ações que realizem tais sonhos.

Fonte: Blog do Bsilva